Uma reabilitação em Kiev
Reabilitação é a palavra de ordem nos dias de hoje. Multiplicam-se pelas cidades, especialmente pelos grandes centros urbanos, obras de restauro e recuperação de edifícios que já há muito tempo pediam uma intervenção. Dentro das vantagens inegáveis - e essenciais - que se encontram na reestruturação do parque habitacional, que melhoram, e muitas vezes devolvem, qualidade de vida às cidades - beneficiando a todos - alerta-se também pelos perigos do entusiasmo excessivo. As pressões do mercado são grandes e, como já diziam os nossos avós "a pressa é inimiga da perfeição". Bem sei eu, não só como arquiteta mas também como proprietária de um edifício a ponto de ser reabilitado, que esperar desespera! Queremos ter os edifícios prontos, ora para habitar, ora para servirem como fonte de rendimento. Na construção (intervenção) de um edifício há-que separar dois conceitos: preço e custo. O preço é o dinheiro que gastamos no momento da obra. O custo é a soma de todo o valor que esse edifício consome ao largo da sua vida útil. Planear bem uma intervenção e estudar a estimativa de custos até pode resultar num preço mais elevado, mas o custo será certamente menor: evitam-se contratempos, problemas técnicos posteriores, intervenções posteriores, re-fazer o que já estava feito, diminuem-se os consumos energéticos, etc. Para além das consequências práticas mencionadas, um bom planeamento de uma reabilitação, respeitando a sua história e natureza, aumenta também o seu valor patrimonial e histórico. (A sério, não façam obras "chapa 5" só para ser mais rápido.)