Cerith Wyn Evans
Já não é a primeira vez que falo de light art aqui no blog. É um gosto recente na minha vida, fruto do mestrado sobre Design de Iluminação, e do rumo que a Dissertação acabou por levar. Mas é um gosto cada vez mais interessante para mim! Aliás, a arte contemporânea em geral é um interesse recente à qual lhe reconheço cada vez mais sentido e potencialidade de enriquecimento do meu próprio trabalho. E por isso estou sempre à procura de novidades, do que por aí vem e do que veio recentemente.
Confesso que comecei a escrever um post sobre uma exposição de light art. E depois fui investigar, para não vir para aqui dizer: olhem para isto que é muito bonito, tem luz e está pendurado do teto! Mesmo debaixo de um tom mais descontraído que pretendo para este blog, onde vou partilhando os meus interesses e alguns episódios da minha vida, quero aportar algo interessante sobre o tema em questão. Tento, pelo menos! E bom, nesta minha investigação (que agora já ganhei ritmo pra coisa), vim a descobrir o artista, e outras obras suas...e achei muito interessante! Pelo que decidi mostrar não uma instalação, mas alguns dos seus trabalhos que mais me chamaram a atenção.
Cerith Wyn Evans é um artista britânico, que passou pela St Martin's School of Arts e pelo Royal College of Arts antes de dar aulas na Architectural Association. Começou a carreira no cinema, como colaborador do cineasta Derek Jarman. Nos anos 90 mudou o rumo da sua carreira e foi, cada vez mais, dedicando-se à criação de instalações e esculturas.
A exposição que serviu de arranque para este post já terminou, realizou-se no final do ano passado, até meados de Novembro. De qualquer forma eu não teria tido oportunidade de a ir ver, mas não deixo de sentir uma certa pena. Tenho de me contentar com as imagens, mas a experiência fica muito mais limitada: limitada ao ponto de vista do fotógrafo, limitada à experiência visual "congelada" no momento do disparo da foto. Não se pode circular livremente em volta das estruturas, não se pode ouvir os sons nem sentir a temperatura. No entanto: assim já é qualquer coisa, não é verdade?
Estas esculturas suspensas, de tubos de néon, representam os movimentos do teatro japonês Noh
Os trabalhos recentes deste artista focam-se nos conceitos de fluxos de energia, e pretendem "questionar as nossas noções de realidade e cognição, perceção e subjetividade".
E porque não, por vezes, apenas contemplar?
E deixar-se levar, sem julgamentos, pela experiência...